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Débora Miranda

Tradição x revelação: o que esperar da final entre EUA e Holanda na Copa?

Débora Miranda

05/07/2019 04h00

Foram 50 partidas até aqui. Restam duas! E emoção não faltou a esta histórica Copa do Mundo da França, que termina no domingo. A final será disputada por Estados Unidos e Holanda, às 12h, em uma partida com duas técnicas mulheres no comando das equipes: Sarina Wiegmann pela Holanda e Jill Ellis pelos EUA. Esta é a primeira vez que isso acontece em 16 anos!

Vivianne Miedema, craque da jovem seleção da Holanda (Reprodução/Instagram)

As duas equipes finalistas têm currículos bastante distintos –diria que opostos. Enquanto os EUA já possuem longa tradição na modalidade, acumula títulos e tem um time de craques, a Holanda é uma equipe bastante jovem na disputa, com conquistas recentes e que pode ser definida quase como uma surpresa desta Copa. França, Inglaterra e Alemanha, por exemplo, eram equipes mais bem cotadas para estar nesta final.

Em comum, além de técnicas mulheres, ambas as seleções têm investimento forte de seus países, especialmente nas categorias de base e na formação de atletas.

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A Copa 2019 teve, até aqui, 141 gols marcados, uma média de 2.8 por partida, e revelou ao mundo um futebol feminino de altíssimo nível e em crescente evolução. Mas o melhor ainda está por vir: o jogo que decidirá qual é a maior seleção feminina do mundo. O que esperar dessa partida?

A volta de Megan Rapinoe, Alex Morgan incendiando o jogo e a poderosa seleção dos EUA

A seleção dos EUA, já há alguns anos, é um fenômeno do futebol feminino. E, nesta Copa, provou que não à toa é tricampeã do mundo (em 1991, 1999 e 2015). O time nunca foi eliminado antes de uma semifinal. Em seis partidas até aqui, balançou a rede 24 vezes.

Alex Morgan (à esq.) e Megan Rapinoe: estrelas da seleção dos Estados Unidos (Reprodução/Instagram)

A equipe tem muitas estrelas, entres elas a atacante Alex Morgan, uma das artilheiras desta Copa, com seis gols marcados. A seu lado, joga a experiente Megan Rapinoe, uma das líderes da seleção americana, que tem cinco gols nesta Copa.

Famosa por seu ativismo –ela não canta o hino do próprio país, como forma de protesto, e já disse que não vai à Casa Branca se vencer a Copa–, Megan foi uma das finalistas do prêmio de melhor do mundo da Fifa em 2018. Ela ficou de fora do último jogo por lesão, mas já disse que está bem melhor e que deve voltar a campo no domingo.

Definitivamente, os EUA são o time a ser batido neste mundial.

A surpreendente Holanda

Apesar de ter um time de craques e de ser a atual campeã da Eurocopa feminina, a jovem seleção da Holanda não vinha sendo apontada como um dos times favoritos deste Mundial.

As conquistas da equipe ainda são bastantes recentes. Disputou sua primeira Copa do Mundo apenas em 2015 e jamais se classificou para uma Olimpíada –mas estará no Japão, em 2020. E vem numa crescente forte que já a colocou em local de destaque no futebol feminino mundial.

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O time conta com Lieke Martens, jogadora do Barcelona eleita melhor do mundo pela Fifa em 2017, que marcou dois gols nesta Copa. Outro destaque é a atacante Vivianne Miedema, com três gols, que joga pelo Arsenal da Inglaterra e é a maior artilheira da seleção holandesa de todos os tempos –masculina e feminina. Shanice Van de Sanden completa o trio ofensivo.

A Holanda não venceu nenhum dos jogos deste Mundial por um placar muito elástico, mas fez a lição de casa e está disputando o ouro pela primeira vez! Será o jogo da vida das holandesas contra a seleção americana.

A favor delas ainda está sua animada torcida, que vem enchendo as ruas da França com uma onda laranja, sempre animada, e que vem conquistando os fãs de futebol.

Sobre a autora

Débora Miranda é jornalista e editora do UOL. Apaixonada por cultura. Acredita no poder transformador do esporte. Ginástica olímpica na infância. Pilates, corrida e krav maga na vida adulta. Futebol desde sempre. Corinthians até o fim.

Sobre o blog

Espaço para as histórias das mulheres no esporte, mostrando como a atividade física pode transformar vidas e o mundo. A ideia é reunir depoimentos sobre determinação, superação e empoderamento. Acima de tudo, motivar umas às outras. Vamos juntas?