Elas vão comentar o Pan na Record: veja as apostas das ex-atletas
Em uma semana acontece a abertura do Pan-Americano de Lima, no Peru, que reunirá disputas em 39 esportes, em 62 modalidades –embora já haja competições a partir do dia 24. Quem gosta de acompanhar e torcer pelo esporte do Brasil pode seguir a cobertura pela Record, que está prometendo mais de mil horas de transmissão.
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O futebol brasileiro está fora do campeonato, mas modalidades em que o Brasil tem tradição, como vôlei, natação e ginástica artística estão no páreo. Para saber quais as reais chances do Time Brasil, o blog conversou com três ex-atletas que atuarão como comentaristas na emissora e estão por dentro do que vem por aí: Virna, Luisa Parente e Fabiola Molina.
As expectativas são grandes: no Pan de 2015, o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking de medalhas, atrás de EUA e Canadá.
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Virna, ex-jogadora de vôlei
O que você vai comentar e como está se preparando?
Eu vou comentar vôlei de quadra e de praia, feminino e masculino. Eu fui atleta e, hoje, tenho acesso aos atletas e à comissão técnica. Então, ser comentarista é contar um pouco das minhas experiências e apresentar uma leitura para que o público possa entender o que está acontecendo. Eu adoro. Já é meu terceiro Pan como comentarista.
Qual é a sua expectativa para as equipes femininas?
A seleção feminina indoor ainda não sabe se vai, o Zé Roberto ainda não definiu. Esta é uma época delicada, são os pré-olímpicos, que classificam para as Olimpíadas. O feminino joga na primeira semana de agosto, e as partidas no Pan começam dia 7. A minha expectativa é que ele leve algumas jogadoras de destaque para dar peso. Todos os países estão com essa estratégia, não é só o Brasil. E isso, por outro lado, é superbom para as seleções B, que podem ganhar experiência. É importante fortalecer essa nova geração. A seleção feminina está se reestruturando, e não sei ainda quais times estão vindo do outro lado. Se os países forem também com seus times B, acho que temos chance de medalha e até de quebrar recordes na somatória total.
Qual é a sua melhor lembrança de um Pan-Americano?
Tenho três grandes lembranças da minha carreira. A primeira medalha, na Olimpíada de Atlanta em 1996; a conquista da Superliga em 1999, entre Flamengo e Vasco, pois sou flamenguista roxa; e os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, nesse mesmo ano, quando vencemos as cubanas. Foi inesquecível.
O que falta para o esporte feminino no Brasil?
Aqui no Brasil precisamos ter uma consciência maior da importância do incentivo do esporte na escola. Você viaja para fora e é bonito de ver isso em outros países, como é cultural.
Sobre vôlei, leia: "Depois de mim, mulheres ganharam direitos iguais aos homens no vôlei"
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Fabiola Molina, ex-nadadora
O que você vai comentar e como está se preparando?
Vou comentar a natação. Sempre acompanho os campeonatos, de forma geral, mas estou lendo bastante, conversando com os atletas, preparando bastante informação e conteúdo. Além disso, fiz um preparo mais técnico, digamos assim, na Record, com acompanhamento de fono.
Qual é a sua expectativa para as equipes femininas?
Sinto que o mundo, de maneira geral, está dando muito mais atenção para o esporte feminino, não só o Brasil. E isso vem acontecendo em todas as áreas. Mas o esporte é muito baseado em resultado. A Etiene medeiros é um das nossas melhores atletas e tem grande potencial de medalha. A Jhennifer Alves está forte no peito, modalidade em que o Brasil tem pouca tradição, mas que vem evoluindo muito. E uma grande força é o nosso revezamento. A gente tem uma geração jovem, mas com maturidade, e isso ajuda a ter bons resultados.
Qual é a sua melhor lembrança de um Pan-Americano?
A memória mais forte é do Pan do Rio, quando ganhei medalha de prata. Foi um sentimento misto de felicidade e tristeza, porque eu tinha chance de ganhar o ouro e perdi por 17 centésimos. Conquistar uma medalha no Brasil foi muito marcante, apesar de não ter sido o resultado que eu queria. Mas foi uma prata suada que, para mim, valeu como ouro.
O que falta para o esporte feminino no Brasil?
A natação é um esporte individual, que exige muito esforço do atleta e das famílias. E, lá fora, é mais competitivo. Aqui não tem esse histórico, e há pouca base no Brasil. Ainda dependemos muito de verbas governamentais, o que faz com que ciclos sejam interrompidos. O atleta, para ter resultado, depende de um trabalho contínuo. E a natação demanda uma estrutura grande, tem que ter uma boa piscina para treinar e um bom treinador. Além disso, as confederações têm muitos problemas. Por tudo isso sempre digo que quem chega lá, quem sobe no pódio, deveria ganhar medalha dupla. É muito difícil.
Sobre natação, leia: Aos 15 anos, promessa da natação feminina acumula recordes
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Luisa Parente, ex-ginasta
O que você vai comentar e como está se preparando?
Vou comentar ginástica artística feminina e masculina, que são bastante distintas, têm códigos de pontuação diferentes, por isso demandam muito estudo. Recebi bastante material da equipe de produção da Record e isso ajuda também a qualificar mais o comentário, a não ficar apenas no aspecto técnico da modalidade. Além disso, tenho buscado informações com atletas, treinadores, coordenação do Time Brasil, e tenho estado antenada com o dia a dia da equipe, para acompanhar treinos e a rotina. Tudo isso vira informação.
Qual é a sua expectativa para as equipes femininas?
A ginástica feminina sempre teve mais resultado e mais visibilidade, mas ultimamente a equipe masculina está equivalente. De forma geral minha expectativa é de pódio por equipes. O Brasil tem nível para disputar até a primeira colocação, mas é um ano pré-olímpico, e o mundial é em outubro. Mas o Brasil vai para o Pan com muito foco, até para saber quem vai compor a equipe do mundial. E vamos tentar superar a marca que já conquistamos no quadro de medalhas.
Qual é a sua melhor lembrança de um Pan-Americano?
Em Havana, em 1991, foi uma emoção muito grande, porque sempre somos muito bem recebidos em Cuba. Ganhei duas medalhas de ouro, é uma lembrança muito querida. Outra memória tem a ver com a convivência com outros atletas. No começo era era a caçula, a mascote da turma, e ficava admirada com todos aqueles atletas experientes. E depois, no final, quando me transformei na veterana, foi muito legal poder transmitir essa experiência que vivi.
O que falta para o esporte feminino no Brasil?
Ainda existe preconceito, e acho que esse paradigma tem que cair. O esporte é o esporte, não tem que haver distinção entre feminino e masculino. Todo o mundo precisa de estrutura para performance de alto rendimento da mesma forma. O esporte é um fenômeno sócio-cultural. Se no mundo tem todos os gêneros, no esporte também vai ter. E as regras vão se adaptando.
Sobre ginástica artística, leia: Aos 33 anos, Daniele Hypolito busca sua sexta Olimpíada
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